Lendo
as “Metas de Aprendizagem na área das TDIC”, conforme proposta
de organização para a área das TDIC, construída por pesquisadores
de Portugal, sob a coordenação do Prof. Fernando, constato que
essas metas encontram-se organizadas em quatro áreas: Informação,
Comunicação, Produção e Segurança.
Esse
documento foi construído com a premissa de que “mais do que um
currículo autônomo, "[...] estas metas constituam o
referencial a considerar por cada professor na sua área específica,
numa óptica de desenvolvimento global do aluno, permitindo-lhe
compreender em que matérias, para que fins e como será adequado e
pertinente mobilizar as TIC.” (COSTA et
al,
2010).
Conforme
encontro no próprio texto disponibilizado no AVC, muitos dos
aspectos trazidos pelo professor Fernando já foram estudados, mas,
de certo há esse em especial que ainda não estudamos e que é
importante: a questão das TDIC no currículo escolar e o papel que
atribuímos a elas.
Se,
por um alado, os outros assuntos discorridos pelo Professor em sua
entrevista, e no documento publicado, não se constituem em novidades
nos nossos estudos e prática nas escolas, por outro lado, essa
questão, em especial, constitui sim novidade.
Como
operacionalizar a questão das TDIC no currículo escolar, sem
massificar o tema. De minha parte, concordo com o consenso que as
TDIC não
devem assumir o
status
de uma disciplina isolada, com programa específico.
Conforme o próprio Albuquerque destaca, precisamos estabelecer com
clareza quais conhecimentos, competências e habilidades são
importantes para a formação dos(as) jovens, e isso deve ser
entendido como direitos de aprendizagem desses jovens.
A afirmativa é
digna de aceitação:
Mesmo
que entendamos as TDIC como “[...] um conjunto de conhecimentos e
competências reconhecidamente importantes para a formação dos
jovens, [...] estamos em crer que se trata de área que só terá a
perder se remetida ao contexto fechado de uma disciplina e
funcionando numa lógica disciplinar.” (COSTA, 2012, p. 18).
Concordo plenamente
com o Prof. Costa, pois um trabalho com foco apenas na tecnologia não
dá conta da complexidade das relações entre tecnologia, cultura e
escola, visto que as TDIC possuem um caráter estruturante das ações
pedagógicas em todas as disciplinas, mantendo com todas elas
fronteiras complexas e ricas que ultrapassam a dimensão
comunicativa, avançando sobre os próprios conteúdos disciplinares,
uma vez que seus métodos e processos são por elas modificados.
Esse novo
entendimento traz a necessidade de orientações curriculares mais
precisas que deem conta de explicitar as mudanças e as ênfases
necessárias a cada campo disciplinar na sua interseção com as
TDIC.
De fato, muitos
países já produziram padrões e diretrizes curriculares para as
TDIC porque as percebem como um campo de conhecimento importante e
que precisa ser sistematizado, porém aqui no Brasil, os documentos
oficiais são pouco orientadores, suas menções às TDIC ainda são
muito genéricas e o trabalho nas escolas está apenas começando, e
de forma bem tímida.
Entendo
que o documento produzido explicita a questão da formação
de educadores na Cultura Digital
quando não deixa dúvidas de que para haver a integração
das TDIC nas Escolas, precisamos ter clareza do que professores(as) e
alunos(as) precisam saber,
ou, quais são os saberes necessários aos professores, às crianças
e aos jovens.
Análisando uma das
escolas em que trabalho, na qual venho desenvolvendo as experiências
com a integração das TDIC, EE Dona Francisca Josina, situada no
distrito da Serra do Cipó, no município de Santana do Riacho, em
Minas Gerais, e comparando com o documento “Metas de Aprendizagem
na área das TDIC”, conforme construíção dos pesquisadores de
Portugal, sob a coordenação do Prof. Fernando, percebo que as metas
Informação, Comunicação, Produção e Segurança estão, na
verdade, iniciadas. Não posso dizer alcançadas, pois para isso
seria necessário que os educadores já tivessem clareza de que
saberes são necessários à integração das TDIC no currículo dos
alunos de forma transversal, o que ainda não aconteceu, considerando
que apenas iniciamos as ações na escola. Penso que para atingir
essas metas, precisamos percorrer mais caminhos, tanto teóricos
quanto práticos, o que pretendo fazer como formadora na escola
citada, estendendo às outras escolas do setor.
Eunice Ferreira de
Figueiredo Eugênio
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