terça-feira, 28 de abril de 2015

Projeto "Uso das TDIC Vinculadas aos Conteúdos das Áreas Específicas"

Organização e Realização da Experiência de Uso das TDIC Vinculadas aos Conteúdos das Áreas Específicas
No caso pensado, de exploração de um ambiente que seja de acesso e uso comum aos professores, alunos, pais, especialistas da educação, direção, inspeção escolar e pessoal do NTE, o objetivo é de tornar possível e melhor o uso das TDIC nas escolas estaduais das quais sou responsável pela inspeção escolar. Tratam-se de escolas localizadas em locais de difícil acesso, mais pela distância do que pelas vias de acesso, e tmbém sendo considerado ponto de escasso sinal de internet. Na verdade, nesse caso, não se trata de vinculação do uso das TDIC a algum conteúdo especificamente, considerando que não sou professora de conteúdo, mas de forma indireta atenderá esse objetivo também, visto que serão envolvidos diversos atores da escola, comunidade interna e externa, com vistas ao tema.

Logo, Objetivos:
  1. tornar possível e melhor o uso das TDIC nas escolas estaduais das quais sou responsável pela inspeção escolar;
  2. de forma indireta, vinculação do uso das TDIC aos conteúdos dos currículos]
Pensando na organização e nos possíveis caminhos a serem percorridos para a realização, após a definição dos objetivos, lanço foco par o que pretendo investigar:
  1. Porque não está a escola formando para a vida digital, insistindo no uso tão somente de materiais tradicionais, chegando ao ponto de proibir o uso das tecnologias mais comuns que chegam às mãos dos alunos, como o celular, máquinas fotográficas, etc, ao invés de incentivá-las e direcionar o uso, aproveitando os interesses do próprios discentes?
Atores envolvidos no processo:
Professores, alunos, pais, especialistas da educação, direção, inspeção escolar das escolas do setor sob minha responsabilidade de inspeção, pessoal do NTE vinculados às SRE/SEE e usuários da internet.
Definindo materiais necessários:
Laboratórios de informática de cada uma das escolas, bem como celulares dos envolvidos, câmeras de filmagem e fotografias, entre outros, tais como ipad, leptop etc.
Cronograma de realização das atividades:
  1. A experiência inicial será executada na próxima semana (22 a 24 de abril de 2015);
  2. A avaliação do progresso e das dificuldades será realizada até dia 27/04/2015;
  3. O registro final e conclusivo da experiência vivenciada será realizado até dia 11/05/2015.
Obs. Os trabalhos demandarão um encontro para cada ação e será realizado em parceria com as quatro escolas envolvidas – EE Intendente Câmara (ens. fundamental anos finais e ensino médio)e EE Cardeal Mota (ensino fundamental anos iniciais), do municipio de Morro do Pilar; EE Dona Francisca Josina (ensino fundamental completo e ensino médio de jovnes e adultos e profissionalizante), no distrito de Cardeal Motta na Serra do Cipó em Santana do Riacho, e EE Deputado Emílio de Vasconcelos do município de Santana do Riacho Sede, de ensino médio regular, de jovens e adultos e profissionalizante.

O que será realizado nos encontros e como será realizado?
  1. No primeiro encontro será realizada a construção da página de acesso aos envolvidos, bem como divulgação da mesma e de seus objetivos à comunidade escolar. A construção será feita por representantes dos atores diversos envolvidos, incluindo minha pessoa, no laboratório de informática de uma escola que será polo para a ação: EE Dona Francisca Josina.
  2. Do segundo encontro em diante será realizado o desenvolvimento das ações a que se propõe a página, sob forma de monitoramento por uma equipe de apoio, ou dos representantes que já atuaram no primento momento, incluindo obviamente a minha pessoa.
  3. Desde o primeiro encontro haverá meu trabalho individual, combinado com o trabalho da equipe.

Acompanhamento e registro:
Com foco no meu tema de pesquisa, tornarei comum a sugestão de roteiro de acompanhamento disponibilizada no AV e faremos os registros, de forma distribuída, envolvendo os diversos atores, sob minha orientaçõ direta.

segunda-feira, 27 de abril de 2015

Reflexões sobre a cultura digital nas escolas sob minha inspeção escolar

Cultura digital e o cotidiano das escolas inspecionadas

Sou inspetora escolar. Visito as escolas sob minha responsabilidade, com objetivos diversos, entre eles orientação quanto às diversas legislações educacionais, tais como de vida de pessoal, vida escolar, área pedagógica, quadro de pessoal das unidades escolares, etc.
Participo do cotidiano das escolas. Não percebo uma cultura digital propriamente dita formada nesse ambiente. Me deparo com proibições de uso do celular, professores que acham desperdício de tempo uma aula na sala de informática, pessoal despreparado totalmente em relação às diversas tecnologias, e outras coisas do tipo. Não que eu mesma seja expert em tecnologias, mas falo de coisas básicas mesmo, conhecimento basicão.
Fico completamente impressionada com essa realidade, considerando que a escola é o lugar do saber, não apenas do saber conteudista, mas do saber significativo, do saber para a vida. E falando em tecnologias, falamos em saber para a vida cotidiana hoje, não existe mais separação, não existe possibilidade de vida além das tecnologias rsrs.
Mestre Paulo Freire já dizia “Se a educação sozinha não pode transformar a sociedade, tampouco sem ela a sociedade muda.” Logo, se a escola proíbe e não se apropria das tecnologias, não as usa para transformar a sociedade, esses educandos que são a promessa de continuidade da sociedade não serão mudados e não mudarão como é necessário para que a sociedade não morra em incoerências e inconsistências. Precisamos de que se provoquem, no cotidiano das escolas, perguntas e olhares que tragam novos entendimentos sobre o tema, que sejam capazes de produzir mudança primeiro nos personagens docentes da escola, que se estenda aos discentes.
Não que os temas das tecnologias já não façam parte do cotidiano profissional de alguns, mas para cumprir com o objetivo de recriar e atualizar nossa análise da cultura digital e dos desafios que a contemporaneidade trouxe para as escolas, isso não basta, ser de alguns, mas precisa ser de todos.
Com Castells e Boff, estudamos que a cultura digital fornece-nos instrumentos para a construção de uma sociedade mais democrática. Como promover justamente uma sociedade mais democrática, se a escola não se apropriar desses instrumentos, ao ponto de se tornar sua cultura? 
 Jenkins alerta-nos que a escola é muito importante para o alcance desse ideal, pois cabe-lhe ajudar crianças e jovens a construir uma cultura digital mais participativa e ética a partir das narrativas possibilitadas pelas TDIC. Pois não é no seio da escola onde esses meninos e meninas tem sua esperança de futuro?
Milton Santos, por sua vez, enfatiza a urgência de assumirmos o papel de agentes na elaboração permanente do projeto da sociedade que queremos e, para tal, aproveitarmos as potencialidades que a cultura digital oferece-nos para termos mais voz e poder na sociedade, na política e na economia.
De fato, não podemos deixar passar a vez e a voz proporcionada pelas TDIC, poderosos instrumentos que são de formação humana de uma sociedade democrática, que uma vez construída como cultura nas escolas, se mostrará infalível nesse objetivo emergente. Vamos à construção!


Eunice F de F Eugênio